O Bio-Initiative Report, tal como já anteriormente referido, é um documento que merece a atenção de todos, uma vez que reúne um conjunto de estudos referentes ao impacto dos campos electromagnéticos na saúde, recomendo vivamente a sua leitura. Alguns dos pontos apresentados são técnicos, mas as primeiras páginas elucidam bastante bem os malefícios deste tipo de radiação e demonstram também que os critérios que Portugal adoptou (baseado nas directrizes do ICNIRP) para protecção dos seus cidadãos são perigosos para todos nós uma vez que não contemplam os efeitos não térmicos desta radiação que estão associados a campos de baixa intensidade e também para a exposição a frequências bastante baixas.
Os resultados destes estudos são preocupantes, apenas um breve resumo do que podem econtrar neste estudo:
Legenda referente aos seguintes termos:
Os resultados destes estudos são preocupantes, apenas um breve resumo do que podem econtrar neste estudo:
Legenda referente aos seguintes termos:
- ELF: significa Frequências Extremante Baixas (Extreme Low Frequencies), associada aos campos electromagnéticos provenientes dos cabos de alta tensão.
- RF: significa Rádio frequências (Radio Frequencies), associada aos campos electromagnéticos provenientes das antenas base de telemóvel e dos próprios telemóveis.
- Existem poucas dúvidas de que a exposição às ELF causa leucemia infantil.As crianças com leucemia que estejam a recuperar em locais com uma exposição entre 1mG e 2mG apresentam taxas de sobrevivência muito pobres com uma taxa de mortalidade de 280% superior ao de crianças com leucemia expostas a 1mG. O ICNIRP defende os 1000mG como limite máximo de segurança (Págs. 8 e 9).
- Para as mulheres, as ELF são um factor de risco para o aparecimento do cancro na mama quando expostas num período de longa duração a campos de 10mG ou superiores. Este é mais um ponto que foca que os actuais limites de segurança de 933 a 1000mG são simplesmente perigosos (Pág. 11, 12 e 13).
- Alzhaimer é uma doença do sistema nervoso. Existem fortes evidências que a longa exposição às ELF representam um factor de risco para a doença de Alzheimer. Existem poucas dúvidas de que os campo electromagnéticos emitidos pelos telemóveis e pela utilização dos telemóveis, afectam a actividade eléctrica do cérebro.
- As consequências de exposições prolongadas para as crianças, cujo sistema nervoso continua em desenvolvimento até ao fim da adolescência, são desconhecidas até ao momento. Isto pode levar a implicações para a saúde em adultos e implicações funcionais na sociedade caso os jovens vivam expostos às ELF e RF durante anos, resultando numa diminuição na capacidade de raciocínio, de juízo, memória, aprendizagem e controlo do comportamento.
- Os efeitos derivados da longa exposição a tecnologias sem fios, incluindo emissões dos telemóveis e outros equipamentos pessoais, e de toda a exposição do corpo a transmissões RF provenientes das torres de telemóveis e das antenas não são ainda conhecidos com certezas absolutas. Contudo, o conjunto de evidências até agora constatados, sugerem que os bio-efeitos e os impactos na saúde podem e ocorrem a níveis de exposição baixos: níveis que podem ser milhares de vezes inferiores aos limites de segurança existentes para o público em geral (Págs 13, 14 e 15).
- Tanto as ELF como as RF podem danificar o DNA dependendo de certas condições de exposição, incluindo níveis de exposição que são inferiores aos actuais limites de segurança (Págs. 15, 16 e 17).
- Campos muito baixos de exposições às ELF e RF podem levar as células a produzir proteínas de stress (as proteinas de stress são produzidas pelas células como resposta ao ataque proveniente de toxinas ambientias ou outras condições adversas), significando que as células reconhecem as exposições às ELF e RF como prejudiciais. Esta é mais um importante argumento que levou os cientistas a documentarem as exposições às ELF e RF podem ser prejudiciais à saúde, e isto ocorre a níveis muito inferiores aos actuais limites de segurança (Pág.17).
- Existem fortes evidências de que as exposições às ELF e RF podem originar reacções inflamatórias, reacções alérgicas e podem levar à diminuição no sistema imunológico mesmo em níveis permitidos pelos actuais limites de segurança (Págs. 18 e 19).
De facto é difícil compreender como é que alguém nos pode dizer que as medidas de segurança existentes são suficientes (esta foi a resposta que tivemos da Direcção Geral de Saúde).
Todos nós estamos diariamente expostos a campos electromagnéticos provenientes de várias fontes, não só das antenas de telemóveis. Mas o grande problema, aqui digo mais uma vez, é que quando chegamos a nossa casa, o nosso corpo não passa para um meio sem radiação, ou seja, o nosso corpo vai continuar a ser exposto aos campos electromagnéticos provenientes das antenas de telemóvel (ou cabos de alta tensão, que não abiordo neste blog) que temos nas redondezas porque emitem 24 horas por dia durante todos os dias do ano, ou seja, mesmo enquanto dormimos. O mais grave é que os nossos filhos iniciam todo este processo de exposição desde muito cedo.
Autorizar a instalação de antenas de telemóvel não é mais do que privar o nosso organismo de repouso, levando-nos à doenças e à perda de qualidade de vida.
Lembrem-se disso quando as operadoras de telemóveis vos mostrarem uns documentos coloridos a dizer que as antenas não fazem mal à saúde.
Deixo aqui uma frase retirada do Bio-Initiative Report e que todos deverão ter presente especialmente quando ouvimos alguém dizer para não nos preocuparmos que tudo isto é mais do que seguro:
“Poderá não haver um limite mínimo em que a exposição não seja perigosa para a nossa saúde. Daquilo que nós sabemos, se houver um limite mínimo a partir do qual não ocorram bio-efeitos ou efeitos adversos para a saúde, não é inteligente numa perspectiva de saúde pública, continuar com o mesmo tipo de negócio que sempre existiu, colocando no mercado novas tecnologias que aumentem as exposições às ELF e RF, especialmente as exposições involuntárias.”
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