domingo, 23 de dezembro de 2007

Projecto monIT - Medições efectuadas por todo o país

Recentemente foi publicitado na televisão e nos jornais um estudo elaborado pelo Instituto Superior Técnico, com o nome monIT, e com o objectivo de efectuar medições dos campos electromagnéticos por todo o País. Foram avaliados centenas de locais e os resultados foram publicado na Internet, podendo ser consultados em http://www.lx.it.pt/monit/.
Das muitas medições efectuadas, este estudo conclui que os valores medidos estão abaixo dos valores de segurança definidos para o público em geral.
Após consultar largas dezenas de medições, rapidamente constatamos que todas as medidas foram feitas ao nível do chão, com raras excepções onde se encontram medições a 4 metros do chão.Segundo as medições, os valores apresentados são de facto baixos, com a maioria entre os 0.5 V/m e os 2 V/m. Aplicando a estas medições o padrão de rigor de outros países, praticamente apenas em Salzburgo é que estes valores não seriam considerados seguros. Tudo isto significa que se você morar num R/C junto ao chão, poderá ficar mais confortado com estes valores (confortado não significa seguro, mas poderá dizer-se que está mais seguro).
Recapitulando o que já foi dito quanto ao modo de propagação das rádio frequências que apresentam uma maior potência de campo ao nível da antena, faz com que os campos electromagnéticos ao nível da antena sejam muito superiores do que ao nível do chão. A forma como foram feitas as medições deste estudo, exclui por completo todos aqueles que moram em andares mais altos.
Para terem uma ideia ( e já foi aqui mencionado), numa medição feita pela ANACOM num último andar de um prédio a cerca de 60 metros de 2 antenas que ficavam uns 3 metros acima do nível do apartamento (a 20 metros do solo), os valores chegaram a atingir os 10 V/m. No estudo efectuado, valores desta natureza apenas foram encontrados no Aeroporto de Lisboa. Saindo deste apartamento no último andar para a rua, os valores medidos eram de apenas 1.5 V/m, que estão dentro dos valores publicados neste estudo MonIT.De salientar que o projecto durou cerca de 5 anos, mas infelizmente e apesar do muito trabalho que os técnicos fizeram (desde levantamentos topográficos à elaboração de diagramas, fotografias, até à compilação de toda a informação), as medições foram efectuadas no melhor local que é no chão, abaixo do nível das antenas. Seria interessante que nos casos em que as antenas estão rodeados por outros prédios mais altos, as medições contemplassem também os moradores que habitam perto do nível da antena. Apesar de tudo, estão feitas medições dentro de muitos centro comerciais, onde muita gente passa parte da sua vida e é sempre bom saber que o podemos fazer sem grande risco para a saúde.
Aproveito para salientar que numa conferência realizada em Salzburgo (podem consultar em http://www.verdinrete.it/ondakiller/salzburg.pdf). Os Russos (cujo valor máximo permito por lei é de 10 µW/cm², que corresponde a 6.14 V/m) apresentam estudos de medições em que a primeira fila de prédios a seguir a uma antena apresentam valores máximos de 0.93 µW/cm² (que corresponde a 1.87 V/m), ou seja, este é o valor máximo a que qualquer pessoa do prédio está exposta e não apenas as pessoas que moram ao nível da Rua.
O estudo MonIT é interessante, mas não serve os interesses daqueles que moram perto das antenas e próximos do nível a que a antena está instalada.



terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Para além dos efeitos térmicos também somos afectados pelos efeitos não térmicos provocados pelas antenas de Telemóvel

Os principais pressupostos em que os estudos sobre os efeitos biológicos resultantes da exposição aos campos electromagnéticos se baseiam, apenas identificam a possibilidade do nosso tecido biológico ser afectado pelo aumento de temperatura provocado pelos campos electromagnéticos que penetram no nosso corpo. Deste modo, Organizações como o ICNIRP impõem limites máximos de exposição de 41.25 V/m que correspondem a uma densidade de potência de 450 µW/cm² (para frequências de 900 MHz e como já referido em artigos anteriores). Esta Organização pela qual Portugal adoptou as suas normas, apesar de usar estes valores que já são demasiado altos em comparação com os valores limites usados por outros países, não reconhece que para além do efeito térmico, haja outros efeitos provados pelas rádio frequências provenientes das antenas de Telemóvel que possam prejudicar a nossa saúde.
No entanto, já existem estudos que identificam diversos efeitos biológicos provenientes de rádio frequências com campos electromagnéticos demasiado fracos para que os seus efeitos térmicos possam justificar estas implicações na saúde do nosso corpo. Ou seja, mesmo com valores muito abaixo dos limites que Portugal se baseia, foram detectados efeitos prejudiciais à nossa saúde e a sua natureza é devida ao efeitos não térmicos que não são reconhecidos por Organizações como o ICNIRP, mas que são tidos em conta por Países como Rússia, China, Áustria entre outros.
Os efeitos não térmicos podem ser identificados em várias categorias que apesar de algumas se poderem sobrepor, todas elas são diferentes entre si apesar de poderem estar relacionadas, como por exemplo, o facto do nosso sistemas imunitário ficar mais debilitado facilita o aparecimento de doenças como o cancro.
A lista de categorias está em Inglês para que não se perca o seu significado na tradução:
  • 1. Ion movement effects
  • 2. Calcium efflux
  • 3. Ion Cyclotron Resonance, and similar mechanisms
  • 4. Effects on Ion receptor proteins
  • 5. DNA, sister chromatid exchange (SCE) and micronuclei (MN) related effects
  • 6. Cell membrane related effects
  • 7. Effects on enzymes
  • 8. Immune system related effects
  • 9. Effects on EEG and sleep; cognitive effects
  • 10. Effects on the blood brain barrier
  • 11. Ocular effects
  • 12. Cancer related effects
  • 13. Effects related to cancer subtypes and solid tumour formation
Este estudo, se bem que muito técnico, por ser consultado em:
Origin of SAR Regulatory Levels

Todos estas categorias fazem parte dos efeitos não térmicos que têm implicações na nossa saúde e que não são reconhecidos pela legislação adoptada por Portugal, apesar de terem já sido identificados em vários estudos.
Isto reforça cada vez mais a preocupação daqueles que moram na proximidade de uma antena de telemóvel com valores de exposição dentro da legislação portuguesa que não considera estes efeitos como nocivos para a nossa saúde.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Telemóveis associados a maior risco de Cancro

Noticia transcrita na integra do Jornal "Público":

Investigação publicada no American Journal of Epidemiology
Telemóveis associados a maior risco de cancro
2007-12-07 12:44:00 PÚBLICO

As radiações das ondas emitidas pelos telemóveis aumentam o risco de cancro das glândulas salivares, segundo um estudo de investigadores israelitas divulgado hoje pela AFP e publicado na edição de Dezembro da American Journal of Epidemiology.

O trabalho permitiu concluir que os riscos deste tipo de cancro são 50 por cento maiores para os utilizadores frequentes de telemóveis (22 horas por mês ou mais). O perigo aumenta se os utilizadores usarem frequentemente a mesmo lado (orelha) para a comunicação. “Os resultados sugerem que existe uma relação de causa efeito entre os telemóveis e o desenvolvimento de tumores nas glândulas salivares”, concluem os investigadores.

Num grupo de 460 doentes, 58 desenvolveram tumores malignos e em 402 foram detectados tumores benignos das glândulas.

A investigação foi liderada por Sigal Sadetzki, do centro médico Tel Hashomer de Tel Aviv e terá sido apoiada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A possível ligação entre o cancro e a utilização dos telemóveis tem sido muito estudada ao longo dos anos. Aparentemente, ainda não existem provas que permitam concluir que existe uma relação directa entre o aparecimento de tumores no cérebro e os aparelhos, no entanto, alguns especialistas defendem que devem ser aprofundados os estudos que se dediquem à utilização a longo prazo.

Estudo sobre as antenas de Telemóvel e os casos de Cancro no concelho de Gijon (Espanha)

Um estudo interessante e preocupante efectuado por 13 alunos do secundário de uma escola espanhola “La Asuncion”, fez um levantamento dos casos de cancro no concelho de Gijon (Espanha).
Nesta zona existem 92 estações base com mais 299 mastros com antenas. No bairro de “El Llano” com 14 estações base é o que apresenta os níveis de radiações mais elevados e nos últimos 5 anos foi onde se registaram um maior número de casos de cancro, 760 no total.
Os estudantes que fizeram este levantamento, apenas pretenderam mostrar os dados obtidos mas coincidência ou não a situação revelada é alarmante.
O seu estudo concluiu que as situações de cancro são muito aleatória nas ruas perto das antenas de telemóvel, não havendo uma base estatística como nas ruas não afectadas em que estes valores são mais constantes. Por outro lado, as antenas não emitem para todas as direcções, os elementos das antenas têm associados feixes de propagação e os estudos demonstraram que os casos de cancro têm maior concentração nas habitações afectadas pelos feixes das antenas. Os autores deste estudo apelidaram esta situação de “efeito de cone” uma vez que é a figura geométrica que obtiveram quando marcaram no mapa as casas das pessoas a quem foi diagnosticado cancro nos últimos 5 anos. Mais grave ainda, é que este estudo concluiu também que o número de novos casos de cancro teve uma maior taxa nos edifícios que são afectados por várias antenas.
Pode consultar este estudo em:
Versão Espanhola
Versão Inglesa
Artigo do Jornal



quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Em Portugal estamos seguros contra as radiações electromagnéticas das antenas!!??

Após meses de pesquisa na Internet, chegamos à conclusão que estudos já existem muitos, a única diferença é na atitude que os Países tomam para com os seus cidadãos.
Portugal como anteriormente referido segue as normas do ICNIRP e muitos outros países que acharam os valores demasiado altos, optaram por fazer os seus estudos e impor os seus valores de segurança. A discrepância é tão brutal que decidimos colocar na barra lateral deste blog, um gráfico com o Rancking dos Países que mais se preocupam com os seus cidadãos e o que é facto é que Portugal está com os Países que se encontram no fim da tabela ao contrário da Nova Zelândia que destronou a Áustria ao permitir apenas uns 0.06 V/m. Será que o corpo de técnicos e cientistas do ICNIRP sabe mais que os técnicos dos outros países, ou haverá outros valores que falam mais alto?
A Espanha tem o mesmo problema que nós, uma vez que também segue o ICNIRP (se bem que nem todas as regiões aderiram a esta norma), no entanto existem uma série de estudos espanhóis que também concluem a perigosidade na forma como a população é exposta a valores tão elevados. Um dos erros apontados ao ICNIRP é que eles apenas vêm o efeito térmico da radiação e aparentemente este não é o único problema que afecta o nosso corpo.
Dos muitos estudos aqui divulgados, apresentamos um estudo espanhol que regista problemas detectados em pessoas expostas, nas suas habitações, a valores inferiores a 1.29 V/m (Em comparação com os nossos 41.25 V/m até parece que estamos a falar de uma escala diferente), dos quais estão incluídos sintomas como: fadiga, dores de cabeça, náuseas, perda de apetite, distúrbios do sono, tendências depressivas, sentimento de desconforto, falta de concentração, perdas de memória, perturbações visuais e palpitações cardíacas.
Consultar estudo The Microwave Syndrome

Hoje vemos os países divididos quanto ao problema da radiação. Em Portugal limita-mo-nos a seguir as regras dos 41.25 V/m como valor máximo ( para 900 MHz) e qualquer valor abaixo é considerado dentro da lei mesmo quando se fala de pessoas que têm 10 V/m na sua casa e onde habitam grávidas e crianças. Noutros Países como a Suiça ou Áustria, com limites máximos inferiores a 3 V/m estas pessoas já não estariam em segurança. Não sei se com os nossos valores tão elevados, haverá alguém a morar perto de uma antena que esteja a funcionar à margem da lei.
Por outro lado as próprias pessoas preferem viver na ignorância do que a preocupar-se com algo, que pensam elas, deverá ser da responsabilidade de alguma entidade que as irá proteger deste tipo de problemas. Más notícias para todos vocês, a nossa legislação referente à protecção contra as radiações electromagnéticas está feita para que os empresas de telemóvel possam rentabilizar ao máximo as suas antenas junto das nossas casas e quanto mais perto mais cobertura nós temos para fazer chamadas e menos antenas eles têm de instalar para cobrir uma determinada zona. Se a legislação os obrigasse a usar antenas menos potentes ou a garantirem menores valores de radiação para a população, certamente que eles teriam de gastar muito mais dinheiro para cobrir a mesma área.
Aparentemente as Camâras Municipais que têm de autorizar a instalação das antenas, tendem a ter uma preocupação mais paisagística do que com a saúde pública, remetendo qualquer situação de análise para a nossa autoridade competente que é a ANACOM. Este organismo por sua vez respeita a lei imposta pela norma do ICNIRP rejeitada por outros países mas que para Portugal é aceitável o suficiente para que todos nós tenhamos de habitar junto das antenas. Mesmo em situações extremas em que ao abrirmos a nossa janela estas aparecem à nossa altura a bombardear-nos com a sua radiação, Portugal diz-nos para não nos preocuparmos porque os valores apesar de perigosos noutros países, aqui na nossa terra, são completamente inofensivos, quer dizer ..., estão dentro da lei.


segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Viver numa casa ao nível de uma antena é mais perigosos do que viver na rua?

Se mora nos andares mais altos, ou se viver perto do nível da antena poderá correr um risco acrescido em comparação com quem vive em andares mais baixos.
A explicação é simples, os campos de propagação das antenas são mais intensos na horizontal, ou seja as emissões são mais forte na zona envolvente e perto da cota (altura) onde se encontram os elementos da antena.
Apesar da atenuação do sinal emitido por estas antenas ser muito forte com o aumento da distância à antena, para a mesma distância o sinal mantém-se mais forte à altura da antena do que ao nível do chão.
Onde é que está o bom senso das pessoas quando estas concedem licenças de instalação, permitindo que haja antenas instaladas a escassas dezenas de metros e ao mesmo nível (ou próximo) de outras habitações? Mais ainda, como é possível que alguns elementos de algumas antenas estejam inclinados para baixo, fazendo com que a propagação principal em vez de se fazer na horizontal, seja feita na diagonal de forma a apanhar mais habitações? Se as antenas têm que existir, ao menos que as instalem em locais altos e a distâncias seguras das casas das pessoas sem que as habitações fiquem expostas ao feixe (globo) horizontal da antena . Pelos visto estas medidas apesar de serem mais seguras para nós apresentam maiores custos para as operadores que preferem gastar menos dinheiro na sua colocação em prédios independentemente destes estarem ou não rodeados de outros prédios com a mesma altura.
Numa medição feita num 5º andar a cerca de 60 metros de 2 antenas, foram detectados valores máximos de 10 V/m em comparação com os 1.5 V/m detectados ao nível do R/C do mesmo prédio mas na rua (valor cerca de 7.5 vezes inferior). Ou seja, pode dizer-se que poderá ser mais seguro (ou menos perigoso) viver na rua do que na nossa casa. Isto é no mínimo ridiculo!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Atenção às antenas disfarçadas!

A preocupação de morar junto a antena de telemóvel, apenas pode piorar se aparecer mais uma ou mais antenas.
Infelizmente descobriu-se que já há muito tempo que convivemos com uma outra antena que apenas não era visível porque estava disfarçada de chaminé (o termo técnico é dissimulada). Esta é de facto uma forma hábil e discreta de instalar uma antena no topo de um prédio sem chamar a atenção dos vizinhos. Já tinha visto "pinheiros" nas estradas mas chaminés é a primeira vez. Quem quiser vislumbrar este raro monumento só tem de olhar para o telhado do Nº 22 da Av. Brasília, mesmo a seguir à antena do Nº 20 da mesma avenida que já se pode intitular a Avenida das antenas.
De facto é necessário desconfiar de tudo o que possa parecer fora do normal no topo de um telhado. Estas chaminés apesar de serem maiores que as restantes, conseguiram ludribriar todos aqueles não assistiram à sua instalaçao.

No próximo artigo iremos abordar o perigo que as antenas representam quando montadas ao nível de outras habitações e até nisto o bom senso das pessoas falha.

sábado, 3 de novembro de 2007

Como é que os vários Países protegem os seus cidadãos da radiação electromagnética

Existem várias organizações que definem limites de segurança quanto aos valores máximos de radiação (SAR - Specific Absortion Rate) a que o público em geral poderá estar exposto. Os Estados Unidos seguem a Norma C95.1 desenvolvida pelo IEEE, o Canadá segue as normas da FCC e a Nova Zelândia e alguns países da Europa como Portugal, seguem a norma do ICNIRP que impõe um SAR de 0.08W/Kg para todo o corpo e que corresponde um campo eléctrico máximo de 41.25 V/m, para uma frequência de 900 MHz (GSM), a que corresponde uma densidade de potência de 450 µW/cm².
Contudo, alguns países não acreditam nos limites de segurança impostos por estas organizações e acabam por impôr limites mais restritivos quanto ao máximo de radiação que os seus cidadãos podem estar sujeitos 24 horas/dia.
Os valores indicados no gráfico correspondem ao nível de exposição expresso em µW/cm² para a frequência de 900 MHz, usada na comunicação GSM. Quanto mais alto o valor, maior o risco para saúde.

Verificamos que Portugal (que respeita a norma ICNIRP) permite que todos nós estejamos sujeitos a um máximo de 450 µW/cm² (41.25 V/m). No entanto, noutros países como a Rússia e China, o máximo imposto é de apenas 10 µW/cm² (6.140 V/M que é 6.7 vezes inferior a Portugal), na Suíça é de 4.2 µW/cm² (4 V/m que é 10.3 vezes inferior a Portugal), na Itália é de 2.5 µW/cm² (3 V/m que é 13.75 vezes inferior ao de Portugal) e na Áustria (em Salzburgo) é o mais restritivo com apenas 0.1 µW/cm² (0.614 V/m que é 67 vezes inferior ao de Portugal)!!

É caso para perguntar, porque é que estes Países ao contrário de Portugal, não acreditam nos estudos destas organizações? Certamente que deram mais atenção aos inúmeros sinais de alerta já evidenciados e acima de tudo não desvalorizaram o risco e preferiram optar pela segurança das pessoas. Convém referir que Salzburgo foi a terra de muitos cientistas que estudaram os campos electromagnéticos, não sendo por isso de desprezar a preocupação deste povo, pelo contrário, esta medida de protecção dos seus cidadãos deveria de ser seguida por todos os Países. O facto dos operadores móveis terem de instalar as suas antenas tendo de garantir que as pessoas não estão expostas a mais do que 0.1 µW/cm² simplesmente obrigou-os a adaptar a sua tecnologia às pessoas, ou seja, em Salzburgo as pessoas falam ao Telemóvel como nós mas o seu limite máximo de radiação poderá ser 67 vezes inferior ao nosso.
De salientar que enquanto nós continuamos com estes elevados valores de referência, países como a Itália e a Nova Zelândia têm como objectivo chegar aos 0.1 µW/cm².

Se Portugal seguisse o exemplo da Áustria, possivelmente seria a cura de muitas das chamadas "pequenas doenças" que nos tiram qualidade de vida tais como dores de cabeça, cansaço, insónias, falta de concentração, náuseas, dificuldades digestivas e palpitações cardíacas entre outras. Estas estão entre as várias doenças que a exposição à radiação electromagnética pode originar (consultar).
Talvez um dia Portugal siga estes países mais proteccionistas como medida para defender o seu povo de forma a que este possa atingir a velhice com qualidade de vida suficiente para poder continuar a trabalhar e a pagar os seus impostos. Até lá, certamente que em termos dos efeitos provocados pela radiação electromagnética provenientes das antenas de telemóvel, as crianças destes países mais protectores terão mais razões para sorrir do que as nossas crianças.


Alguns documentos de consulta:

Desde 1981 a editar notícias sobre os perigos da radiação electromagnética

Existe uma organização independente que há mais de 25 anos publica um jornal sobre o impacto na saúde dos campos e da radiação electromagnética. Ao longo dos anos as edições eram pagas e desde 2003 que foi criado um site na Internet e as publicações passaram a ser de livre acesso, aceitando no entanto doações por parte de todos aqueles que pretendam contribuir para a continuidade desta organização.

Esta organização, Microwave News, cobre todo o espectro electromagnético não ionizante, com especial destaque nos telemóveis, linhas de alta tensão, radares e torres de transmissão.
A imensidão de artigos é espantosa, há uma dinâmica muito grande no lançamento de notícias que abrangem todo o mundo e que abordam com profissionalismo esta controvérsia espalhada por todo o mundo. Apenas posso recomendar que consultam este site magnífico e façam o download das várias edições publicadas que estão disponível em formato PDF.
Link para as últimas edições deste jornal:

domingo, 28 de outubro de 2007

Os perigos da radiação electromagnética nas crianças

Actualmente os nossos filhos têm acesso às tecnologia de um forma cada vez mais prematura. O Telemóvel banalizou-se e hoje as crianças já não pedem só uns ténis, um jogo de computador, também querem ter um telemóvel para poderem falar com os amigos e para que os pais também possam estar em contacto com elas.
Já aqui se falou da problemática da radiação electromagnética absorvida pelo nosso corpo, se virmos isto na perspectiva de uma criança, o problema é ainda mais grave.
As crianças correm um risco acrescido na medida em que o seu sistema nervoso ainda se encontra em desenvolvimento, as suas células dividem-se de uma forma mais rápida que num adulto fazendo aumentar o risco de danos no seu DNA e por outro lado o seu sistema imunitário não está ainda completamente desenvolvido limitando assim as suas defesas.
Quando uma criança coloca um telemóvel junto à sua cabeça, o telemóvel não detecta se quem o está a usar é um adulto ou uma criança, o que leva a que a crianças possa ficar sujeita à potência de transmissão máxima do telemóvel (ver artigo anterior).
O facto de uma criança ainda estar em desenvolvimento, a espessura do seu crânio é inferior à de um adulto pelo que a sua protecção a este tipo de radiação é igualmente inferior. Ou seja, os cérebros das crianças acabam por estar expostas a maiores doses de radiação do que os adultos e por outro lado as crianças têm mais fluido cerebral permitindo uma melhor condução das radiofrequência pelo cérebro.
As imagens representam a quantidade de radiação que penetra no cérebro durante a utilização do telemóvel, da direita para a direita pode ver-se o crânio de um adulto, de uma criança de 10 anos e de uma criança de 5 anos. Rapidamente se constacta que o cérebro das crianças é mais afectado que o dos adultos.
O outro perigo para as crianças é que devido à proliferação de antenas, elas vão estar mais tempo expostas à radiação electromagnética do que os adultos e com a agravante de que o seu desenvolvimento vai decorrer em exposição a este tipo de radiações a começar pela fase em que ainda se encontram dentro da barriga da mãe. Esta é outra incógnita que os cientistas debatem, os efeitos a longo prazo nas crianças. Como é que os nossos filhos estarão quando chegarem à nossa idade?
Empresas como a Disney que conquistam a atenção das crianças, em 2000 deixaram de licenciar as suas personagens para aparecem como logos nos telemóveis por estes representarem um perigo para as crianças. Cinco anos depois a Disney cria uma linha de telemóveis para crianças dos 7 aos 12 anos. Actualmente parece que este negócio está para acabar, não por questões de segurança mas sim por razões financeiras.
Existem já muitos estudos feitos no impacto das radiações electromagnéticas nas crianças e os alertas não param de aumentar:
Uma Associação de Tecnologias Bioelectromagnéticas publicou alguns estudos entre os quais mencionam testes já efectuados com macacos fêmea no período de gestação das crias e expostos a diferentes níveis de radiofrequências de 2.45 GHz durante 3 horas por dia e 5 dias por semana. Os níveis de radiação eram de 0.0mw/g (grupo de controlo), 0.034mw/g, 0.34mw/g e 3.4mw/g. Três das 33 macacas morreram alguns dias depois do nascimento das crias e pertenciam ao grupo radiado com 0.34mw/g e 3.4 mw/g. Nos meses seguintes ao nascimento, morreram 9 crias das quais 2 apenas tinham recebido radiação antes de nascerem a um nível 0.034mw/g, uma terceira recebeu apenas nos primeiros 4 dias e os restantes 6 receberam apenas depois do nascimento sendo que 2 crias tinham sido radiadas com 0.34 mw/g e as restantes 4 crias com 3.4 mw/g. Nenhuma das macacas e respectivas crias do grupo de controlo (expostos a 0.0 mw/g) faleceu. Este estudo foi publicado em 1982.
http://www.emfbioeffects.org/

Um estudo nos Estados Unidos que associa os efeitos da exposição à radiação electromagnética a doenças do cérebro, conclui que as crianças autistas passaram de 1 em cada 10000 crianças em 1970 para 1 em cada 150 nos dias de hoje, identificando o desenvolvimento das telecomunicações como uma das causas que contribuiu para este fenómeno.
http://www.genengnews.com/news/bnitem.aspx?name=15755319

Em Espanha foi diagnosticado cancro a 4 crianças na escola primária de Garcia Quinta em Valladolid. Esta situação ocorreu 18 meses depois de terem sido instalados 36 transmissores (antenas) a 50 metros da escola. Perante este cenário o tribunal mandou remover as antenas.
http://members.aol.com/gotemf/emf/kids.htm#caution

Hoje, as empresas de Telemóveis em Portugal lucram 2.7 mil milhões de Euros por ano. A concorrência é enorme e as empresas lutam para que as pessoas comprem e usufruam ao máximo do telemóvel porque eles precisam de facturar. Os planos de marketing são eficientes o suficiente para atrair adultos e crianças, sem que alguém imponha regras que salvaguardem aqueles que em tenra idade poderão estar a comprometer o seu futuro. Mas numa sociedade em que os Bancos oferecem dinheiro para que as pessoas se endividem, onde as tabaqueiras puderam publicitar os seus cigarros durante dezenas de anos, onde as operadoras instalam as antenas no meio das habitações e onde muitas outras aberrações são permitidas não é portanto de estranhar que ninguém proteja as crianças.
Os pais têm uma tarefa complicadissima pela frente, mas são eles que têm de fazer frente à propaganda feroz que cativa os mais jovens a agarrarem-se a esta dependência que não escolhe idades. Cabe aos pais zelarem pela segurança dos seus filhos e educá-los quanto à utilização dos telemóveis sendo esta a única forma de minimizar o impacto que estes terão nas suas vidas.
Um professor (Leif Salford) responsável pela pesquisa na universidade de Lund na Suiça, afirmou uma frase que define toda esta problemática:
“A exposição voluntária do cérebro às microondas provenientes dos telemóveis, está a ser a maior experiência biológica alguma vez realizada”.
De facto todos nós fazemos parte desta experiência e somos nós também que contribuímos para que ela continue, mas nela também estão a ser sacrificadas crianças que um dia terão uma palavra a dizer.


Alguns links sobre os riscos associados às crianças:

sábado, 20 de outubro de 2007

Como minimizar o risco da radiação dos telemóveis

O Telemóvel apesar de ter uma potência baixa, não deixa de emitir radiação electromagnética. Desta forma, sempre que usamos o telemóvel encostado ao ouvido, expomos o nosso cérebro à radiação que é emitida pela antena alojada no seu interior. Esta exposição vai depender do tipo de telefone usado, (consoante a marca e os modelos as suas potências diferem, na Internet podem encontrar tabelas de comparação entre os vários modelos) do tempo de exposição e da potência que o telemóvel irradia durante a chamada. As características técnicas de um telemóvel têm associado um campo que indica a quantidade máxima de radiofrequências que o nosso corpo absorve, este valor é indicado como nível SAR (Specific Absorption Rate), sendo expresso em Watts por Kilograma de peso corporal e a radiação é tanto maior quanto maior for este valor (Nos Estado Unidos o nível SAR máximo permitido para os telemóveis é de 1.6 W/Kg e na Europa é de 2.0 W/Kg). Os Telemóveis são inteligentes o suficiente para aumentarem a sua potência caso estejam em locais onde o sinal da rede é fraco, desta forma compensam a falta de sinal proveniente da antena base na zona, mas com o prejuízo de nos expor a uma maior radiação provocada pelo facto do telemóvel passar a transmitir na sua potência máxima. Mesmo que não estejamos em conversação, o telemóvel faz um teste à rede (de 5 a 15 minutos) , emitindo um sinal para a antena base da zona. Caso o telemóvel se encontre numa zona de fronteira entre 1 ou mais antenas base, este teste vai ocorrer com mais frequência (a cada 30 segundos aproximadamente). Por outro lado, quando atendemos uma chamada, o telemóvel começa com o máximo da sua potência para garantir a ligação à antena base e só após negociar com a antena, é que este baixa para uma potência mais baixa (ou não).
A forma mais segura de nos protegermos da radiação do telemóvel, é simplesmente não o usar, ou usá-lo apenas em situações de emergência. Mas nos dias de hoje, esta é uma medida quase impossível tal é a dependência que todos nós criamos destas pequenas fontes de radiação.
Se temos mesmo de os utilizar, a melhor forma de nos protegermos é simplesmente criarmos distância entre o nosso corpo e o Telemóvel. Para isso o ideal é usarmos o sistema de alta voz e deixá-lo pousado sem que o nosso corpo lhe toque. Uma vez que a potência do telemóvel é baixa a radiação baixa rapidamente de intensidade quando afastamos o telemóvel da nossa cabeça, 10 centímetros de distância já fazem muita diferença. Caso toquemos no telemóvel vamos canalizar essa radiação para o nosso corpo.
Se a utilização do sistema de alta voz não for adequado para a situação, eis que surge mais uma solução que tem levantado muitos alertas, a utilização de um auricular com ou sem fios.
Os auriculares facilitam no sentido em que libertamos as mão para fazer outras coisas, como conduzir, mas por outro lado, não eliminam o problema da radiação, pelo contrário, podem até agravá-lo. Ao ligarmos um auricular a um telemóvel, o fio pode funcionar como antena que capta a radiação que nos rodeia, desta forma vamos canalizar a radiação do telemóvel mais a radiação que nos rodeia directamente para o nosso ouvido. Há quem recomende a utilização do auricular com fio desde que o fio não saia do telemóvel no sentido da antena. Se usarmos um auricular bluetooth o risco também poderá existir porque o fio é substituído por um emissor e receptor que apesar da baixa potência, opera entre os 900MHz e os 2.4 GHz produzindo igualmente radiação. Os microondas da nossa cozinha também trabalham na frequência dos 2.4 GHz.
O vídeo deste artigo tem como protagonista um especialista em saúde e bem estar, Dr. José Mercola (www.mercola.com) que tem um site com inúmeros conselhos para a nossa saúde.
Outra situação a ter em conta é que se mantivermos o telemóvel no bolso ou cinto a radiação é absorvida de uma forma mais rápida uma vez que os tecidos e órgãos como o fígado, rins e órgãos reprodutivos oferecem uma melhor capacidade de conduzir energia do que o nosso crânio, ou seja, acaba por ser pior do que encostá-lo ao ouvido. E de pensar que há pessoas que usam 2 telemóveis ...
Para além dos telemóveis e das antenas de Telemóvel (as tais que colocam nos prédios) há outras fontes de radiação que temos em casa e que também deveremos ter em conta, tais como os microondas com os quais devemos ter alguma distância, televisão e monitores de computador, entre outras fontes de radiação. Por incrível que pareça um dos aparelhos que devemos ter alguma atenção são os rádio relógios que muitos temos na nossa cabeceira, estes devem estar distantes da nossa cabeça (não menos do que 1.80 metros) .
Recomendo consultarem o site do Dr. George Carlo, que tem algumas regras de protecção:
The Safe Wireless Iniative

Actualmente estou a considerar adquirir um auricular com tubo de ar, igual ao publicitado no vídeo, já tinha lido vários artigos e como sou obrigado a usar o telemóvel por questões profissionais, o melhor é estar protegido. Este auricular fica isolado do fio através de um tubo de ar feito de material anti radiação reduzindo em 98% a radiação captada no nosso ouvido. O seu design está longe dos pequenos auriculares sem fios, mas o que está em causa é a segurança e não o estilo. Não posso recomendar a utilização deste equipamento porque não o experimentei e quanto muito irei apenas relatar a minha experiência. Queria no entanto alertar que existem no mercado muitas empresas a tentar ganhar dinheiro na venda que material anti-radiação electromagnética e cujo marketing é também agressivo ( e por vezes duvidoso) no sentido de nos levar a crer que é uma solução para o problema. A decisão é sempre vossa.

Creio que tal como na comida, que temos que ter moderação, a utilização de um telemóvel também requer disciplina. A forma mais eficiente de fugirmos desta radiação é usar o telemóvel apenas quando necessário e recorrer a outras formas de comunicação como o mail, rede fixa ou um simples SMS. Temos de saber resistir à astúcia das empresas que nos cativam com tarifários, horários e serviços orientados para que as pessoas usem e abusem dos telemóveis.
Actualmente a grande incógnita que existe mesmo naqueles que dizem que a radiação electromagnética não constitui perigo para a saúde, são os efeitos a longo prazo que ninguém consegue ainda determinar, mas certamente que daqui a alguns anos o nível de conhecimento e o histórico adquirido permitirão as suas conclusões.

Assim como o tabaco que levou mais de 50 anos até que o governo começasse a criar alguma legislação para proteger as pessoas (se é que se possa falar de protecção) , possivelmente estamos a criar um enredo cujo final só será desvendado daqui a muitos anos após todos nós termos convivido com toda esta radiação à qual nos expomos diariamente. Até lá, só nos resta recorrer à prevenção. Estes são alguns conselhos para minimizar os riscos provenientes da radiação dos telemóveis:
  • Use o telemóvel em alta-voz de forma a evitar que este esteja em contacto com o seu corpo
  • Tente falar o mínimo de tempo ao telemóvel
  • Prefira falar ao telemóvel em locais ao ar livre e evite usá-lo dentro do carro ou edifícios, onde o sinal poderá ser mais fraco levando a que a radiação do telemóvel seja maior
  • Caso esteja numa zona com um sinal de rede fraco, não use o telemóvel. Este irá de certeza funcionar no máximo da sua potência.
  • Evite transportar o telemóvel junto ao corpo, como no bolso do casaco, bolso das calças ou cinto. No trabalho ou em casa coloque o telemóvel afastado do seu corpo.
  • Se usar um auricular mantenha o telemóvel afastado do corpo.
  • Eduque os seus filhos acerca da utilização do telemóvel. As chamadas deverão ser o mais curtas possível e se possível deverão recorrer ao envio de mensagens SMS . Se fizer isto, vai poupar dinheiro e proteger os seus filhos. No próximo artigo as crianças serão o tema.
  • Prefira modelos de telemóvel com menores potências de radiação (níveis SAR mais baixos), não se deixe levar apenas por o estilo ou outras funcionalidades
  • Se morar num prédio não autorize a instalação de antenas de Telemóvel caso as habitações em redor esteja ao mesmo nível do seu prédio ou a menos de 100m de distância e una-se aos seus vizinhos para que estes sigam o exemplo.
Um outro conselho é comprar um medidor de radiação electromagnética. Esta é a única forma de detectarmos potenciais fontes de campos electromagnéticos. Estes aparelhos vão desde os 50 Euros até mais de 1500 Euros, podem ser de utilização fácil ou mais profissional e estão calibrados para detectar estes campos em determinados espectros de frequência.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Aprender com os Erros da História



As evoluções tecnológicas acabam por criar hábitos e vícios de consumo na sociedade que alimentam o crescimento das empresas que para se manterem necessitam de continuar a estimular os consumidores para que estes continuem a consumir. Acabamos por ser confrontados com soluções que nos permitem melhorias no nosso conforto, poupança de tempo, simplificação de tarefas, novas experiências de vida e melhoramento da nossa qualidade de vida que depois de habituados ou viciados já não prescindimos de tal coisa. Logicamente que tudo isto embrulhado em planos de marketing agressivo, coloca-nos num cenário de consumo no qual procuramos manter ou melhorar o nosso padrão de vida. Algumas destas melodias que apelam ao consumo são de tal maneira “cor-de-rosa” que acabamos por não questionar ou não querer acreditar nos eventuais perigos que daí possam ocorrer.
Ao longo da nossa história tivemos vários episódios que nos deveriam servir de exemplo mas parece que nunca são suficientes para despertarem a nossa desconfiança relativamente a determinadas inovações. Claro, porque se não há confiança nem optimismo tudo acaba por se reflectir numa baixa de consumo que afecta as respectivas empresas.



Em 1903 a Madame Curie recebeu o prémio Nobel da física pelo reconhecimento do seu trabalho na área da radiação. Um passo importante para a história sem dúvida, mas com impactos brutais para a saúde humana. Naquela época os efeitos maléficos da radiação para a saúde eram desconhecidos e face às propriedades dos materiais radioactivos, rapidamente surgiram oportunidades de negócio para empresas que exploravam a venda de produtos que cativavam as pessoas, tais como malas, sapatos pulseiras e outros objectos radioactivos que brilhavam no escuro, esteticistas usavam Raios-x para depilação facial das mulheres, dentistas seguravam as películas bombardeadas por Raio-x como se de uma televisão se tratasse , dermatologistas usavam Raios-X para combater o acne, as sapatarias tinham máquinas onde os clientes colocavam os pés calçados e podiam ver como os ossos do pé se ajustavam no sapato através de exposição prolongada ao Raio-X (estas máquinas funcionaram durante os anos 1930s, 1940s e 1950s, por curiosidade pode consultar o site http://www.orau.org/ptp/collection/shoefittingfluor/shoe.htm ). O próprio Thomas Edison perdeu o seu assistente, que teve uma morte horrível, vitima de excesso de demonstrações onde este permanecia numa caixa para que as pessoas pudessem ver o interior do seu corpo com recurso ao Raio-X.
Naquele tempo os profissionais diziam que tudo era seguro e que não havia razão para preocupações até as pessoas começarem a morrer de cancro por todos brincarem com a radiação.
Logicamente que isto parece bárbaro nos dias de hoje, mas passaram-se dezenas de anos até ao aparecimento de legislação para proteger as pessoas.


Em 1932 o Químico Paul Muller criou um insecticida com o nome DDT e que naquele tempo foi visto como um milagre porque era tóxico para uma grande variedade de insectos, apresentava pouca toxidade para os mamíferos, era persistente e daí não era necessário ser aplicado com frequência, não era solúvel em água pelo que não era lavado pelas águas das chuvas, tinha um custo de produção baixo e era de fácil aplicação.
O DDT era tão eficaz na destruição de pragas que era denominada A “bomba atómica” dos pesticidas. Devido ao forte contributo para crescimento da economia agrícola e aos seus baixos custos de produção, levou a que este acabasse por ser usado por todo o planeta. Em 1948 Paul Muller recebeu o prémio Nobel pela sua descoberta.
Só em 1960 é que uma Cientista Rachael Charson's, lançou um livro “Silent Spring” onde alertava para o risco de destruição massiça de alguns ecossistemas por excesso de pesticidas. Havia um conjunto de seres vivos como minhocas, peixes, pássaros e plantas que estavam a ser afectados pelos pesticidas, nomeadamente pelo DDT. Estes seres contaminados faziam parte da cadeia alimentar de outros seres que acabaram igualmente contaminados. Como o DDT era persistente, mantinha-se activo durante muito tempo aumentado o risco de assimilação por parte de outros organismos. O mais trágico é que os níveis de contaminação aumentavam exponencialmente à medida que se subia na cadeia alimentar, atingindo o topo da cadeia com uma concentração 10 milhões de vezes superior que no inicio da cadeia. Como resultado, algumas espécies de águias e pelicanos foram praticamente extintas. O Falcão peregrino foi completamente extinto em 1960s. O DDT também apareceu em tecidos gordos de focas e esquimós, indicando que ele aparecia longe dos locais onde era usado. Devido à sua durabilidade estava a ser transportado para longas distâncias pela atmosfera e era espalhado pelas chuvas. Muito preocupante foi também o facto de o leite materno aparecer contaminado com DDT, de tal forma, que se fosse leite de vaca não poderia ser exportado(Mais tarde provou-se que o DDT é o contaminante que mais se alastra ao leite materno) o índice de contaminação do leite materno era 10 a 20 vezes superior à contaminação detectada no leite de vaca.
Só em 1972 é que o DDT foi retirado do mercado americano. Mas o seu fabrico para exportação continuou até ao final dos anos 70s. Finalmente em Dezembro de 2000 é que 122 Países assinaram um tratado de extinção de Poluentes Orgânicos Persistentes, do qual faz parte o DDT (25 países em desenvolvimento incluíram no tratado excepções que lhes permitem continuar a usar o DDT).
A resolução de um problema pode de facto criar outros problemas.


O Tabaco tem uma longa história e aparentemente sempre acompanhou a humanidade e os interesses de muita gente por todo o mundo. Este texto é longo mas penso que merece a leitura.
É difícil apontar uma data de quando terá começado este flagelo, mas analisando a história encontram-se datas em que a preocupação quanto às consequências do tabaco já existia.
Em 1610 Sir Francis Bacon escrevia que o consumo de tabaco estava a aumentar e que constituía um vicio difícil de abandonar. Em 1761 o Físico John Hill publica o que aparentemente poderá ter sido o primeiro estudo clínico sobre as consequências do tabaco, ele referia que os inaladores de tabaco eram vulneráveis ao cancro no nariz. Em 1861 o tabaco fazia parte das rações dadas aos soldados durante a guerra civil, levando a que muitos tivessem a sua primeira experiência. Em 1862 os Estados Unidos criam um primeiro imposto sobre o tabaco para ajudar a guerra civil. Em 1880 proliferam as empresas de publicidade que se alimentam da publicidade ao consumo de tabaco. Em 1899 é publicada a primeira edição do “Merck Manual” (Manual/Enciclopédia de Medicina) que recomendava fumar tabaco para combater bronquites e asma. Em 1912 o Dr. Isaac Adler estabelece a primeira grande ligação entre o tabaco e cancro do Pulmão. Em 1914 o rácio de cancro no pulmão era de 0,6 por 100.000 pessoas nos Estados Unidos, só na Inglaterra tinham sido reportados 371 casos. Em 1918-1919 com a Primeira grande Guerra o tabaco era incluído nas rações e era visto como vital para a vitória - o general John J. Pershing escreveu “Perguntam-me o que preciso para ganharmos esta guerra e eu respondo que necessitamos de tanto tabaco como de balas” – uma geração inteira veio da guerra viciada em tabaco. Em 1925 o cancro do pulmão tinha um rácio de 1,7 em 100.000 pessoas (nos EUA). Em 1928 um cientista alemão publica um estudo onde afirma que o cancro no pulmão de mulheres não fumadoras poderá estar relacionado com o facto do marido ser fumador. Em 1929 Fritz Lickint publica o primeiro estudo formal com base com evidencias estatísticas onde afirma que os doentes de cancro do Pulmão tem uma elevada incidência na classe fumadora e afirma também que o tabaco explica o facto dos homens sofrerem desta doença 4 ou 5 vezes mais do que as mulheres (elas fumavam muito menos). Em 1930 o cancro do Pulmão tinha um rácio de 3,8 em 100.000 pessoas (nos EUA) e em Inglaterra havia 2,357 casos reportados. Em 1930 as taxas federais nos EUA eram superiores a 500 milhões de dólares e 80% provinha do tabaco. Em 1937 algumas empresas de tabaco gastavam cada uma pelo menos 2 milhões de dólares só em publicidade apenas no primeiro semestre. De 1939 a 1945 o tabaco é mais uma vez incluído nas rações dos soldados e as empresas de tabaco ofereciam-no de borla. No final da guerra o volume da venda de tabaco nunca esteve tão elevado. Em 1948 o cancro do pulmão tinha crescido 5 vezes mais do que os outros cancros desde 1938. Em 1950 três grandes estudo epidemiológicos estabelecem a primeira grande ligação do tabaco e do Cancro no pulmão. Em 1951 os consumidores gastavam 3 a 5% dos seus rendimentos em tabaco. Em 1952 alguns anúncios cativavam os consumidores com frases como “Nenhum outro cigarro atinge um grau tão elevado de satisfação e protecção para a nossa saúde”, ou “O que os médicos receitam”, ou ainda “Há cada vez mais médicos a fumarem Camel do que qualquer outra marca”. Em 1954 dá-se o primeiro processo contra uma empresa de tabaco. Em 1956 o cancro do Pulmão tinha um rácio de 31,0 em 100.000 pessoas (nos EUA). Em 1966 o Japão atinge o pico do consumo, 49,4 % dos adultos e 83,7% dos homens são fumadores. Em 1966 começaram a aparecer os primeiros maços de tabaco a alertar para o perigo para a saúde. Em 1968 o tabaco é pela primeira vez patrocinador das corridas de fórmula Um...
Muito mais há para escrever até aos dias de hoje (caso queira conhecer a história do tabaco ao longo do tempo, recomendo o site http://www.tobacco.org/History/Tobacco_History.html), com o tempo as campanhas de sensibilização foram ganhando força e hoje pelo menos as pessoas sabem que o tabaco ao contrário do que se dizia, faz mal à saúde.
Olhando para esta “doença” consentida que se arrastou séculos, podemos dizer que o tabaco foi sem sombra de dúvida um exemplo onde os interesses económicos se sobrepuseram à vida humana.


Os medicamentos sempre fizerem parte da humanidade, tendo evoluído dos produtos naturais, que ainda hoje são usados mas não comparticipados pelo Estado (seria necessário criar um blog para debater esta temática) até chegar àqueles produzidos pelas grandes empresas farmacêuticas que os produzem à base de químicos e que fazem parte do nosso sistema de saúde.
Já todos nos habituamos a ler as instruções de um medicamento e a consentir que apesar de uma enorme lista de contra-indicações, se alguém nos receitou aquele medicamento é porque toda a cadeia de pessoas que participou na sua pesquisa, avaliação, fiscalização e certificação, respeitaram todas as normas da comunidade farmacêutica e o médico não nos iria receitar nada que fosse contra a nossa saúde.
No entanto, nos últimos anos temos vindo a assistir cada vez com mais frequência a acções de remoção de medicamentos do mercado por conterem substâncias nocivas para a saúde pública.
Como é que podemos ter a certeza de que de facto, um medicamento é seguro? Certamente que depois de todos os testes de aceitação, será o histórico dos doentes que o usarem que determinará se este produto é de facto seguro. Acabamos todos por ser cobaias sem o querermos.


Hoje temos muito mais informação que há uns anos atrás, mas temos também uma sociedade mais fechada e defensora dos seus interesses. Uma vez mais somos confrontados com uma moda que ninguém quer prescindir. As vozes que se levantam contra a radiação das antenas são muitas e as provas também existem. Será que vale a pena o risco que todos corremos com a exposição por proximidade a estas antenas? Porquê facilitar a colocação de antenas junto de escolas e habitações? De quem será a responsabilidade dos danos causados quando daqui a uns anos alguém proibir a instalação de antenas de Telemóvel perto das habitações por questões de saúde pública? Não estaremos nós a criar mais um episódio amargo na história da humanidade que servirá de campo de batalha para advogados? Concordo com a evolução tecnológica, mas se disserem que a evolução tem um preço, não me digam que os valores e os interesses materiais são mais importantes do que a vida humana. Não somos ratos de laboratório para que daqui a uns anos possamos saber se a longa exposição a radiações das antenas nos foi ou não prejudicial.

Você pode decidir.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O impacto dos telemóveis na saúde segundo o Dr. George Carlo

O Dr. George Carlo pode afirmar-se como uma autoridade mundial no estudo do impacto dos telemóveis móveis na saúde humana. Ele é um cientista, conselheiro, director de pesquisa e desenvolvimento na área da saúde pública.
Este cientista foi financiado pelas redes de Telemóveis americanas com vista a provar que os telemóveis não apresentavam perigo para a saúde humana. Esta pesquisa foi efectuada entre 1993 e 1999 e custou 28.5 milhões de dólares. Contudo, o resultado apresentado por George Carlo foi completamente contrário ao que a indústria dos telemóveis esperava. Em Fevereiro de 1999 ele acabou por concluir que havia risco para a saúde pública. Escusado será dizer que a sua verba foi cortada e os seus serviços foram dispensados.

Actualmente é o presidente do Instituto de Ciência e Política Pública que lançou a iniciativa de um projecto para a segurança nas comunicações sem fios (redes wireless) retratado neste site que apresenta um conjunto de medidas de prevenção que todos deveriamos tomar e que vão desde o telemóvel a um simples rádio de cabeceira:
Escreveu também alguns livros sobre os perigos dos telemóveis para a saúde:

Publicou dezenas de artigos, concedeu entrevistas na televisão e promoveu vários seminários sobre o tema, alguns deles estão disponíveis na barra do lado direito deste Blog.
Na Internet podem encontrar-se vários documentos publicados por George Carlo, como por exemplo:

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Não estamos sozinhos!

É com agrado que encontramos na Internet alguns movimentos contra a instalação de antenas.
Serve de exemplo uma decisão tomada pela Camara da Guarda para remoção de 2 antenas colocadas em prédios habitacionais. Esta medida surgiu após a apresentação de um abaixo-assinado por parte dos moradores.
Vejam o artigo em detalhe em:

Um outro caso decorre na Expo contra a instalação de 4 antenas da Vodafone. Este site muito bem estruturado demonstra a existência de uma comissão de moradores bem organizada que lutam pelos seus direitos. Um exemplo a seguir:

Em Leiria os pais dos alunos protestam contra a instalação de uma antena junto a uma escola:

Em caselas mais uma situação de colocação de um antena junto a uma escola, que apanhou toda a gente desprevenida:

O relatório do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para avaliar a exposição da população aos campos electromagnéticos revela que existem riscos para a saúde. O documento, que critica a falta de informação sobre a matéria, foi concluído em 2003 mas só agora publicado no site da Direcção-Geral da Saúde e editado em papel:


Noticia referente a um estudo efectuado pelo Instituto de Comunicações a 414 locais do país onde se incluiam 64 escolas. O relatório da análise conclui com a existência de riscos para a saúde:


Diga não às antenas de Telemóvel no seu bairro

Permitam-me abordar um tema que se tem tornado cada vez mais quente e sensível e que a todos diz respeito, as antenas de Telemóvel nos espaços urbanos.
O estudo quanto aos efeitos nocivos para a saúde sempre envolveram polémicas quanto às suas conclusões mas com o passar dos anos a comunidade cientifica tem vindo a levantar cada vez mais alertas para as implicações da exposição prolongada das células do nosso corpo à radiação provocada pelas ondas electromagnéticas (mais propriamente no espectro de frequências das microondas, que incluem as frequências das comunicações da rede móvel no espectro dos 300 aos 3000 Mhz ) e os riscos no aparecimento de inúmeras doenças que podem começar por dores de cabeça, cansaço, insónias, perdas de memória, falta de concentração, infertilidade, até ao cancro. Para terem uma ideia, os fornos micro-ondas das nossas casas usam um tipo de ondas electromagnéticas de potência muito mais elevada na frequência dos 2450 MHz (2.45 Ghz).
Como cidadão atento, pesquisei na Internet informação sobre o assunto e deparei-me com um problema não só a nível nacional como mundial com inúmeras queixas de moradores, indignação e desespero por parte de quem não consegue deixar de viver junto a uma antena e muitos artigos de carácter científico que apresentam fundamentos cada vez mais sólidos para aumentar esta preocupação. Para os mais cépticos e com alguma bagagem científica, recomendo vivamente que pesquisem estes estudos e que não deixem de aceder a sites internacionais, tais como:

As pessoas manifestam-se perante praias poluídas, aterros sanitários, reformas politicas e a muitas outras situações que as incomodam. Mas neste caso, o cidadão vê-se perante algo que opera de uma forma invisível e silenciosa não lhe causando qualquer incómodo ou risco imediato. No entanto, estas antenas emitem continuamente ondas electromagnéticas que passam as paredes das nossas casas e às quais estamos permanentemente expostos e sujeitos às consequências que daí advenham com o passar dos anos.
Interrogo-me por isso, como é possível a instalação de antenas em prédios habitacionais rodeados de outras habitações onde cidadãos comuns como eu tentamos que os nossos filhos possam crescer de forma saudável? Como é que os condóminos de um prédio conseguem desvalorizar a vida humana deles e dos outros (que nem são consultados) em benefício de algum conforto monetário ao autorizarem a instalação de uma antena? Como é que uma instituição estatal concede licenças de instalação de antenas sem salvaguardar distâncias de segurança para com as habitações? Como é que nos podemos sentir seguros dentro das nossas casas?
A Organização Mundial de Saúde estabelece uma distância mínima de 600 metros para as antenas, em função da potência dos emissores. Países como a Nova Zelândia e alguns estados dos EUA proibiram a instalação de antenas celulares perto das escolas, no Brasil existem comissões de moradores que autorizam a instalação de antenas desde que aceites por uma maioria de 60% dos moradores. Aqui pelos vistos, limitamo-nos a ver as antenas a aparecerem como parte integrante da paisagem que rodeia as nossas casas.
As antenas celulares não são uma conversa para doutores e engenheiros, todos nós temos de estar atentos e fazer ver os nossos direitos junto daqueles cujas decisões nos prejudicam.
Hoje, já existem números referentes à despesa que as doenças provocadas pelo tabaco representam para o Estado. Espero que daqui a uns anos não se fale de mais uma despesa proveniente dos doentes expostos a este tipo de antenas.

Actualmente os moradores nas redondezas da Av. Brasília em Oeiras já são afectados por esta antena e a Optimus está em negociações para instalar mais uma antena na Av. Minas Gerais ou arredores. É urgente tomarmos medidas contra esta situação.
Não deixe que os outros decidam por si.
Deixe as sua sugestões ou comentários neste Blog ou contacte-nos para AntenasAquiNao@gmail.com


 
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Localização das três antenas

Pode navegar no mapa e clicar nos símbolos

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Galeria de Fotos

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Se mora junto de um prédio recheado de antenas ou se a antena instalada está a uma curta distância da sua casa ou perto do nível da sua habitação, ou se os elementos da antena estão virados para o chão ou para a sua habitação, então poderá documentar essa situação nesta galeria. Envie as fotos para o mail deste blog.
Na fotografia enquadre o seu prédio ou habitação com a antena se possível, o objectivo é criar uma galeria de fotos com antenas instaladas em locais que demonstrem falta de bom senso de quem as instala e autoriza.
Pode ver o slideshow ou seleccionar na zona inferior a foto pretendida.Ao clicar numa foto pode ver o descritivo associado.

Envie a sua foto para o mail deste blog

Questionário sobre Telemóveis e suas antenas