quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Telemóveis e Tumores Cerebrais: 15 razões para preocupação

Recentemente foi divulgado mais um estudo "Cellphones and Brain Tumors: 15 Reasons for Concern, Science, Spin and the Truth Behind Interphone" publicado pelo International EMF Colaborative.
Os grupos que participaram neste estudo incluem PowerWatch, EM Radiation Research Trust do Reino Unido, EMR Policy Institute, ElectromagneticHealth.org e The Peoples Initiative Foundation dos Estados Unidos. Alguns dos documentos que foram facultados pelo estudo Interphone foram igualmente usados.
O estudo teve por base a pesquisa do relacionamento dos telemóveis com os tumores cerebrais e concluiu que:
  • Existe um risco de tumor cerebral proveniente da utilização do telemóvel
  • As empresas de Telecomunicações financiaram estudos que desvalorizaram o risco de tumores cerebrais
  • As crianças têm um risco superior para desenvolver tumores cerebrais, quando comparadas com os adultos.
Consultar o Estudo

O seu conteúdo é preocupante na medida em que actualmente o telemóvel faz parte da vida de 4 biliões de pessoas em todo o mundo e os grandes prejudicados são as crianças uma vez que apresentam um risco maior de vir a desenvolver tumores cerebrais.
Um dos autores do estudo, Lloyd Morgan, encontrou aumentos significativos do risco de cancro no cérebro após 10 anos ou mais de utilização de telemóveis ou telefones sem fios. Das muitas conclusões deste cientista podem ler-se:
  • Por cada 100 horas de utilização do telemóvel, o risco de tumor cerebral aumenta em 5%
  • Por cada ano de utilização do telemóvel, o risco de tumor cerebral aumenta em 8%
  • Após 10 anos ou mais de utilização do telemóvel, o risco de tumor cerebral aumenta em 280%
  • Para os utilizadores de telemóveis que eram crianças quando começaram a usar telemóveis, existe um risco de 420% de virem a desenvolver um tumor cerebral.

Recomendo que leiam este estudo, que está numa linguagem acessível e que merece a reflexão de todos, especialmente dos pais e entidades cuja obrigação é protegerem as nossas crianças.

Na introdução do estudo estão publicadas algumas citações das quais fiz questão de traduzir duas delas:

“Hoje, mais do que nunca, a ciência detém a chave para a nossa sobrevivência como planeta e a nossa segurança e prosperidade como nação. Mais uma vez, está na altura de colocarmos a ciência no topo da nossa agenda e trabalhar para devolver à América a posição de líder mundial em Ciência e Tecnologia. Temos de ouvir o que os cientistas têm para dizer, mesmo quando é inconveniente - especialmente quando é inconveniente”
Presidente Barack Obama


O Princípio da Precaução
“O princípio da precaução é aplicado quando as evidências cientificas são insuficientes, inconclusivas ou incertas e a avaliação científica preliminar indica que existem fundamentos razoáveis para preocupação de que os efeitos potencialmente perigosos para o ambiente, para o homem, animais ou saúde do planeta podem ser inconsistentes com o nível de segurança mais elevado adoptado”
European Commission Communication on the Precautionary Principle 2nd February 2000

Era bom que a DGS e os partidos políticos olhassem para estes estudos e que no mínimo adoptassem o Princípio da Precaução tomando medidas públicas que protegessem os seus cidadãos.

sábado, 19 de setembro de 2009

Os mastros com Antenas de Telémóvel e a sua Saúde – por Drª Magda Havis

A Drª Magda Havis é toxicologista ambiental, professora associada do Environmental & Resource Studies na Universidade de Trent, onde ensina e efectua pesquisas sobre os efeitos biológicos de contaminantes ambientais. A sua pesquisa está relacionada com o estudo de energia electromagnética não ionizante para frequência muito baixas (60Hz) e para gamas de radio frequências usadas nas telecomunicações wireless. Tem vários estudos publicados e participou em várias conferências sobre o impacto das comunicações sem fios nas nossas vidas.
Ela está particularmente interessada em monitorar a exposição da população nos centros urbanos à radiação das radio-frequências e campos electromagnéticos.
O conteúdo da sua conferência não deixa de ser perturbador para todos aqueles que são vitimas dentro de suas casas.

Apesar desta conferência ter 1 hora, o seu conteúdo é muito rico e foi suficiente para me deixar chocado com um conjunto de factos que ninguém comenta.

Alguns dos aspectos levantados na sua conferencia sobre exposição a campos electromagnéticos provenientes de várias fontes:
  • As antenas de telemóvel colocadas junto das habitações poderão interferir com alguns contadores de energia, levando a que houvesse pessoas nos Estados Unidos a pagar o dobro de electricidade depois de instalarem uma antena de telemóvel perto de suas casas.
  • Algumas lâmpadas economizadores de energia possuem elevados níveis de mercúrio, o que podem ser um problema caso se partam, mas são igualmente uma fonte radiação electromagnética e luz ultravioleta.
  • Os efeitos de refracção dentro de casa pode levar a que as pessoas sejam atingidas por radiação electromagnética emitida por uma antenas, que entre por uma janela e seja reflectida num armário por exemplo
  • Outro relato perturbante tem por base uma medição feita dentro de uma casa perto de uma antena e as medições identificaram que a radiação estava na cabelagem eléctrica da própria casa e objectos como candeeiros funcionavam como antenas
  • Relacionamento das antenas com aumentos de casos de cancro, em especial leucemia
  • 35% da população pode estar a sofrer de Electro-hipersensibilidade enquanto 35% a 50% poderá não ser afectada
  • As medidas de seguranças de exposição a campos electromagnéticos não fazem sentido uma vez que não nos protegem contra os efeitos não térmicos da radiação.
  • As partes mais sensíveis do corpo na exposição aos efeitos não térmicos são os olhos e os testículos.



Outros links para conferências da Drª Magda Havis:

Segundo a Drª Havis não é possível esconder por mais tempo os efeitos nefastos que esta tecnologia pode ter nas pessoas e a solução para vivermos numa comunidade saudável, passa pelas seguintes medidas:
  • Temos de reconhecer os efeitos nefastos para a saúde resultantes da exposição aos campos electromagnéticos. Não podemos assumir que estamos seguros, apenas porque as actuais recomendações de segurança estão a ser seguidas, ou seja, o facto da lei ser respeitada não é sinónimo de segurança.
  • Necessário efectuar medições para monitorar as radiações nas habitações junto de antenas de telemóveis
  • Proibir as antenas de serem instaladas a distâncias inferiores a 400 metros das habitações mais próximas.
  • Criar zonas livres de microondas em escolas, bibliotecas e outros locais sensíveis
A Drª Havis conclue a sua conferência com uma frase para reflexão:
“A liberdade não pode existir se não houver um conhecimento generalizado entre as pessoas.
Se não soubermos, não podemos agir, mas a partir do momento que o conhecimento existe, passamos a ter uma opção, ou actuamos ou não actuamos”


O que está visível com estas 3 antenas instaladas em Oeiras de forma tão negligente junto das habitações, é que a opção foi meramente não actuar, não tomar medidas de precaução e não proteger as inúmeras famílias que vivem em redor destas antenas.


terça-feira, 15 de setembro de 2009

Solários – Mais um triste caso para a história

Em Julho de 2009, foi noticiado que especialistas de oncologia colocaram os solários e outras fontes de radiação ultravioleta no topo das categorias de risco de cancro, considerando-os tão mortais como o arsénico ou gás mostarda.
Uma mulher que tivesse feito uma sessão de solário por semana teria 55% mais probabilidades de desenvolver um melanoma quando comparado com pessoas não usaram solários. O mesmo acontece com jovens na casa dos vinte anos, cujo risco de cancro é superior em 150% quando comparado com jovens que não frequentaram solários.

Estes números são simplesmente arrepiantes e será difícil quantificar todos aqueles que morreram ou irão morrer por se ter demorado tanto tempo até que as vozes de unanimidade abafassem por completo todos aqueles que sempre afirmaram que os solários não representavam um risco para a saúde.
Aparentemente os solários tiveram inicio com a descoberta acidental da lampada de ultravioletas em 1903, levando ao aparecimento dos primeiros sistemas de radiação ultravioleta durante os anos 20 e 30.
Aqui fica mais um triste exemplo do tempo que o homem leva até que tome medidas para se proteger a si próprio. Aproveito para publicar o rosto de Clare Oliver que foi uma jovem que dedicou os últimos anos da sua vida em campanhas contra os solários, até morrer em 2007 aos 26 anos vitima de cancro na pele.

Logicamente que não posso deixar de comparar mais um episódio negro da nossa história, com o do impacto dos campos electromagnéticos na nossa saúde.
Uma vez mais somos confrontados com estudos e recomendações para minimizarmos o risco de exposição e em Portugal não são tomadas medidas que impeçam as famílias de comprometerem as suas vidas ao ficarem à mercê das antenas de telemóvel colocadas de forma IRRESPONSÁVEL junto das habitações.
Se daqui a uns anos houver unanimidade quanto ao perigo destas antenas, tal como houve agora com os solários e como já houve com o tabaco, certamente que ninguém irá assumir qualquer responsabilidade com o facto de muitos de nós termos sido forçados a viver em constante risco dentro de nossas casas. É que ao contrário dos solários, que poderão ter afectado aqueles que os frequentaram, com as antenas não temos qualquer alternativa de fuga, somos simplesmente obrigados a conviver com estas ratoeiras metálicas perto de nossas casas, deixando-nos sem qualquer defesa contra os malefícios para a nossa saúde que daí advenham.
Vivemos numa sociedade onde a nossa saúde pode ser simplesmente comprometida de uma forma politicamente correcta sem que haja culpados ou responsáveis e não tenho dúvidas que está a ser escrito mais um capítulo negro na nossa história.

domingo, 13 de setembro de 2009

Um escândalo chamado Interphone

Com o crescimento do mercado dos telemóveis e a preocupação relativamente ao seu impacto na saúde, foi feito o maior estudo para avaliar o impacto dos telemóveis no aparecimento de vários tipos de cancro, nomeadamente: tumores no nervo auditivo, tumor ao nível do cérebro e medula espinal e tumores nas glândulas salivares.
O Interphone começou no ano 2000, custou mais de 30 milhões de dólares, envolveu mais de 50 cientistas provenientes de 13 países e incidiu sobre 14000 pessoas.
Este estudo foi concluído em 2006 (alguns dizem 2005) e por mais escandaloso que pareça, os seus resultados não foram ainda publicados.
Após a sua conclusão foram agendadas várias datas para a sua publicação, o que nunca veio a acontecer até ao dia de hoje.
Cansados de esperar, alguns dos cientistas envolvidos no estudo acabaram por publicar alguns artigos que davam conta da confirmação de existir uma relação directa entre a utilização do telemóvel e alguns tipos de cancro.
O cientista israelita Siegal Sadetzki, um dos principais investigadores que participou neste estudo, foi o primeiro a afirmar a um jornal "O tempo em que se dizia que este tipo de Tecnologia não causava danos já passou, ela prejudica a saúde".
O Professor Bruce Armstrong, responsável pela participação australiana neste projecto, foi o segundo investigador a demonstrar preocupação na utilização prolongada dos telemóveis e afirmou que as pessoas iriam ficar chocadas com a evidência dos factos.
Entretanto, a controvérsia aumentou quando 9 dos 13 países envolvidos, tornaram público parte dos estudos efectuados originando ainda mais desinformação.
Com o que foi publicado, muitos começaram apontar falhas na forma como foram formados os vários grupos estudados e o tipo de amostragem usado, que poderá ter tido influência nos resultados obtidos.

Independentemente dos resultados que venham a ser publicados, algumas pessoas já decidiram que as descobertas apontadas por este estudo exigem medidas de precaução. O director da Universidade de Pittsburgh Cancer Institute, Robert Herberman, fez as manchetes dos jornais em Julho ao dirigir um memoranto para os 3.000 membros do seu staff, aconselhando-os a tomar medidas urgentes como limitar o uso do telemóvel, não manter o telemóvel perto do corpo durante a noite e evitar usá-lo em locais com fraca qualidade de rede devido ao aumento da potência da transmissão do telemóvel.

Toda esta falta de transparência deveria de ser suficiente para que todos tomassem medidas de precaução na utilização dos telemóveis. Contudo, em vez de se verem medidas de protecção por parte das entidades que deveriam ter competência na defesa dos cidadãos, continuamos a assistir a uma proliferação descontrolada de telemóveis e serviços de rede sem fios sem que ninguém recomende qualquer precaução quanto à sua utilização, mesmo por parte das camadas mais jovens.
Quem sai a ganhar com tudo isto continuam a ser as empresas que aumentam os seus lucros na exploração de serviços que ninguém contesta.
Certamente que tal como a história sempre nos ensinou, o tempo trará a verdade sobre tudo isto, mesmo que seja tardia para todos aqueles que ignoraram o risco.
 
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Localização das três antenas

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Na fotografia enquadre o seu prédio ou habitação com a antena se possível, o objectivo é criar uma galeria de fotos com antenas instaladas em locais que demonstrem falta de bom senso de quem as instala e autoriza.
Pode ver o slideshow ou seleccionar na zona inferior a foto pretendida.Ao clicar numa foto pode ver o descritivo associado.

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Questionário sobre Telemóveis e suas antenas